Data do post:
Categorias do post: Agronegócio, Blog
Temas do post: #agro, #agronegocio, #investidor, #investimento, #produtor, #rural, #selic
Quando o ano começa e você deve estar se perguntando se o cenário nacional e internacional promete boas expectativas para o agronegócio em 2020. Pois já te adianto que sim! Principalmente pela combinação do aumento do consumo e dos indicadores econômicos favoráveis.
O agronegócio brasileiro é responsável atualmente por aproximadamente 23% do PIB. Além disso, é ou está entre os maiores produtores e exportadores mundiais de açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, milho, soja, algodão e carne suína, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Por isso, tem o título de “celeiro do mundo”. Tal competitividade tem sido reforçada com os avanços na eficiência produtiva no campo, que agrega a experiência do produtor com as inovações tecnológicas. Dessa forma, podemos sim colocar o agronegócio como um dos motores do crescimento brasileiro nesse novo ano.
A comercialização dos produtos do agronegócio ocorre no formato de commodities. Essas, nada mais são do que produtos em formato primário, na maioria matérias-primas, que são comercializados com padrão de qualidade e preço estabelecidos internacionalmente. Isso significa que o produtor não tem poder de determinar o preço de venda, sendo este determinado pela oferta e demanda. Nesse sentido, é importante que você acompanhe os acontecimentos internos e externos que possam impactar na oferta (variações climáticas, preços dos insumos e fertilizantes) e na demanda (câmbio, taxa de juros e tensões econômicas).
No âmbito internacional, você deve ter atenção com dois fatores de destaque e que podem impactar no preço e na demanda dos produtos brasileiros em 2020: A tensão comercial e geopolítica entre EUA e China; e a peste suína na Ásia.
A tensão teve início em 2018 quando os EUA anunciaram a implantação de tarifas sobre os produtos chineses com o argumento de proteger a produção nacional e reajustar a balança comercial deficitária. A China, por sua vez, impôs barreiras e tarifas aos produtos norte-americanos. Sendo os EUA e a China dois dos principais consumidores dos produtos do agronegócio brasileiro essa tensão pode ter impacto nas exportações. E pode ser sentido também na fuga de capital para economias e moedas (o dólar, por exemplo) mais fortes.
Já a Peste Suína Africana (PSA) foi registrada em regiões da Ásia e recentemente em países do leste europeu. Devido à dificuldade de combate ao vírus, os órgãos especializados estimam que o problema deve permanecer ainda em 2020. O resultado dessa propagação tem sido a redução da oferta internacional de carne suína. Apesar da gravidade, esse cenário tem sido favorável ao Brasil, que livre da doença, tem tido sua demanda elevada ao mesmo tempo que o preço internacional tem aumentado.
Sim! Espera-se em 2020 um crescimento do PIB de 2,3%, o que indica início de uma recuperação após um período de estagnação. Assim, o agronegócio será o principal setor impulsionador, com projeção de crescimento de 3,8%, a frente da indústria (2,1%) e serviços (2,2%), de acordo com dados da DIMAC/IPEA.
Além disso, o relatório de mercado do Banco Central divulgado no dia 10 de janeiro, conhecido como “Boletim Focus”, aponta a manutenção da taxa de inflação dentro da meta, com oscilação prevista de 3,70% em 2019 para 3,58% em 2020, e redução da taxa de câmbio para R$ 4,04.
Ou seja, a inflação baixa indica espaço para crescimento, especialmente pelo consumo das famílias, ao tempo que a taxa de câmbio nesse patamar eleva a competitividade do produto agropecuário brasileiro no exterior via preço, favorecendo a exportação e a balança comercial.
Nesse contexto, outra variável extremamente importante e favorável é a taxa de juros, que impacta diretamente nos custos de produção e comercialização. No ano de 2019 a taxa básica de juros da economia brasileira, chamada Selic, apresentou queda contínua, saindo de 6,5% ao ano para 4,5% ao ano, atingindo o seu menor patamar histórico. E a previsão é que ela permaneça em 4,5% ao ano em 2020.
E você pode se perguntar se isso é bom ou ruim. Pois bem, te respondo: É bom! Com a queda da Selic, os bancos e instituições financeiras reduzem a taxa de juros praticada em seus produtos financeiros, como empréstimos e financiamentos, ou seja, eles ficam mais baratos. E além disso, a tendência é que ocorra o aumento do consumo das famílias.
Tabela 4 – Consumo das famílias
Para saber mais sobre a taxa de juros Selic e sua importância para o Produtor Rural dê uma olhada nesse artigo aqui: O que essa Selic de 4,5% interessa ao Produtor Rural?