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Esse é o melhor momento da história para pegar crédito! Você sabia? A taxa básica de juros SELIC, que é a referência para o crédito agro, está atualmente no menor nível da história: 2%. E as previsões são de que ela irá aumentar até 62,50% ao longo de 2021.
O Brasil é conhecido mundialmente por suas elevadas taxas de juros. Mas esse cenário mudou relativamente nos últimos anos, em que se observou queda contínua das taxas brasileiras. Essa redução decorreu em boa parte de um melhor controle econômico e aumento da confiança estrangeira no país. O gráfico abaixo mostra a evolução da taxa Selic desde janeiro de 2011 até janeiro de 2021. Nos dez anos recentes apresentados no gráfico, estamos atualmente no menor nível de taxa de juros (2,00% a.a.).
Gráfico 1: Taxa Selic – % a.a., dados diários
A taxa Selic alcançou em 2016 o maior patamar da série analisada, registrando uma taxa de 14,25% a.a. Desde então, apresentou queda contínua até alcançar o valor atual de 2,00% a.a. Essas quedas contínuas foram impulsionadas pela desaceleração da economia, refletida principalmente na elevada taxa de desemprego, que de acordo com IBGE estava em 13,1% no 3º trimestre de 2020, e na redução da inflação, que chegou a 2,95% a.a. em 2017. Mas diversos economistas já sinalizam que essa queda está chegando ao fim, com previsões de aumentos para 2021 e 2022, impulsionada pela elevação da inflação em 2020, que chegou a 4,52% a.a.
O centro da meta determinado pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) para 2021 é de 3,25% a.a. Essa meta tem uma margem de variação de 1,25 pontos percentuais, para cima ou para baixo. Assim, ela pode oscilar entre 2,00% a.a. e 4,50% a.a.
Mas isso não significa que obrigatoriamente ela atingirá esse patamar. Essa meta é revisada e as variações são determinadas ao longo do ano, em reuniões periódicas realizadas pelo COPOM. As reuniões são feitas a cada 45 dias e divulgadas sempre na terça-feira da semana seguinte pelo Boletim Focus, publicado pelo Banco Central do Brasil (BACEN).
Para os próximos anos, as projeções do COPOM são de que a taxa Selic continue subindo. Para o próximo ano, 2022, a projeção é de uma taxa Selic em 4,75% a.a. Isso significa um aumento de 2,75 pontos percentuais em relação a taxa atual.
Tabela 1: Projeções da Meta Taxa Selic – 2022, 2023 e 2024.
Para os anos seguintes, 2023 e 2024, a expectativa é que ela chegue ao patamar de 6,00%, o mesmo observado no final de 2019, como mostrado no gráfico 1. Isso significa que a taxa básica de juros pode triplicar em apenas três anos.
A inflação! Ou seja, o aumento generalizado dos preços. Isso ocorre porque a taxa Selic é o principal mecanismo de política monetária do Brasil para conter a inflação. O gráfico 2 mostra o comportamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal índice de preços do Brasil, para o período de 2000 a 2020.
Gráfico 2: IPCA – 2000 a 2020.
Com o aumento da inflação, a tendência é que o Banco Central eleve a taxa de juros. Isso provoca o aumento do custo de compras a prazo, o que reduz o ímpeto comprador dos consumidores. Ao mesmo tempo, aumenta o rendimento de aplicações financeiras indexadas à Selic. Ou seja, poupar fica mais interessante em relação a gastar.
A Selic funciona como uma espécie de custo do dinheiro. Se ela sobe, todos os produtos vinculados a ela sobem. Entre os principais produtos que captam recursos para financiar o mercado Agro, muitos são influenciados por ela, como, por exemplo:
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
Assim, os bancos irão repassar os aumentos da taxa do crédito para o cliente. Já que eles também irão pagar mais pelos depósitos em sua posse. Portanto, o crédito concedido ao setor Agro também acompanha os movimentos da taxa Selic. Isso significa que a projeção de aumento da Selic para os próximos anos (2021, 2022, 2023 e 2024), refletirá no aumento do custo do crédito ao setor Agro nos próximos anos.
1° – Custo menor: Ao conseguir um crédito com as menores taxas históricas você garante um custo menor em relação ao mercado e seus concorrentes, dado que a tendência é que o custo do empréstimo seja repassado aos clientes no preço do produto.
2º – Maior competitividade: Você consegue aumentar o seu nível de competitividade, operando com dinheiro de terceiros a custo baixo, comparativamente a aqueles que pegarem crédito a custos mais elevados.
3° – Maior margem de lucro: Com menor custo você consegue operar com uma margem de lucro maior, comparativamente aos concorrentes.
Mas isso não significa que devemos pegar crédito de forma indiscriminada. É preciso planejamento para não tomar crédito e usá-lo de forma improdutiva. Ele deve ser bem aplicado e ter um rendimento superior as taxas de mercado. Por exemplo, se você conseguir um crédito por 5,00% de taxa de juros a.a., sua produção deve ter um lucro de pelo menos 6% a.a..
O valor da taxa de juros é extremamente importante, dado que ele impacta diretamente nos custos de produção. Por isso é importante se planejar e procurar fazê-lo em momentos estratégicos como o atual.
Se você está pretendendo utilizar crédito nos próximos meses ou anos, uma sugestão é tentar antecipar as tratativas para tentar garantir taxas melhores, já que o mercado pode rever as taxas de juros praticadas atualmente em virtude do aumento da taxa Selic. Além disso, verificar a possibilidade de conseguir crédito a taxas fixas, que não são indexadas à Selic, já que observamos que ela pode voltar a crescer nos próximos meses e anos, o que elevaria também o custo do seu crédito.
Se precisar de crédito, você já sabe, conte com a gente!