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Temas do post: #agro, #financeiro, #gestão, #resultados
O agronegócio é uma atividade de risco pela sua imprevisibilidade de produção, especialmente por incerteza climática e de fatores gerenciais.
Mas é possível contornar isso, e é a gestão financeira do agronegócio (realizada de maneira correta) uma das formas para estar preparado para os riscos da atividade.
Afinal, você sabe dizer se sua propriedade está dando lucro ou prejuízo? Sabe quanto investiu e quanto receberá no final da safra?
Para saber essa resposta temos que ter um bom conhecimento das finanças. A seguir discutiremos mais sobre o assunto e como aplicá-lo na sua propriedade. Confira!
Gestão Financeira é o resultado de ações e procedimentos administrativos que envolvem controlar a saúde financeira de uma empresa rural com objetivo de sustentabilidade e evolução.
A gestão financeira do agronegócio envolve a administração da cadeia produtiva, levando em consideração mercado, tendências, custo de produção e produtividade.
Além disso, é possível planejar a necessidade e quantidade de crédito necessário para a produção e ter uma melhor decisão na escolha.
Dentre as atividades cabem ações de planejamento, análise e controle financeiro. É tudo aquilo que se refere a investimentos, despesas fixas e variáveis, lucros, empréstimos, financiamentos e valor patrimonial da propriedade rural.
Uma boa gestão do agronegócio ajuda na tomada de decisões assertivas na lavoura e a melhorar o posicionamento perante o mercado.
Uma das principais – se não a principal – medida da gestão financeira do agronegócio é a gestão dos custos de produção.
Segundo Miguel Daoud, em entrevista para o Canal Rural, 90% dos produtores não sabem seus custos de produção.
Parece ser simples, como uma operação matemática, mas vai além de soma e subtração. A gestão de custos mal feita ou inexistente pode levar à saída da atividade, perda de patrimônio familiar ou a falência da empresa.
Deste modo, é necessário entender os custos e recursos financeiros da empresa rural para um bom planejamento e execução da atividade.
Os custos envolvidos podem ser divididos em 2 classes de análise, segundo a Metodologia do CEPEA, sendo eles o Custo Operacional (CO) e Custo Anual de Reposição do Patrimônio (CARP).
A seguir vamos entender mais a importância da gestão de custos em empresas rurais e quais análises eles permitem fazer na administração financeira no agronegócio.
São todos os custos diretamente empregados na atividade – agrícola quanto pecuária – ou seja, são gastos administrativos, juros de financiamento, insumos, manutenção de máquinas e equipamentos, salários, combustíveis e pró-labore.
O pró-labore, citado acima é um conceito bastante importante para a gestão financeira na agricultura familiar e nas propriedades maiores.
É a remuneração que o proprietário recebe pelas suas funções empregadas na propriedade, mas o valor tem que ser equivalente ao encontrado no mercado de trabalho.
Assim, o que chamamos de lucro, ou o valor que sobra depois da comercialização do que foi produzido na propriedade deve ser destinado ao investimento ou fluxo de caixa.
É formado pela parcela dos custos fixos, que são representados pela depreciação de máquinas, implementos e benfeitorias, taxas associadas ao processo de produção, junto com gastos com reformas de culturas perenes.
Ele é uma estimativa do valor mínimo que uma fazenda teria que obter como uma reserva para recuperar o investimento fixo na atividade e conseguir substituir os seus ativos – máquinas, benfeitorias e cafezal/pomar ao longo prazo e assim garantir a permanência na atividade no longo prazo.
Com isso, o produtor vai conseguir ter capital suficiente para renovar a sua cultura (por exemplo um cafezal) e substituir o seu maquinário e benfeitorias, bem como remunerar pelo investimento sua terra.
Com um mercado cada vez mais competitivo e margens de lucros cada vez mais estreitas, o Agronegócio precisa adotar medidas que vão do controle dos custos de produção à análise de mercado.
Como decidir onde alocar os recursos da propriedade, se vamos dedicar a produção de uma ou outra cultura? Para isso devemos fazer uma análise prévia do mercado.
Para a gestão financeira rural, essa análise do comportamento dos preços do produto produzido ao longo do tempo, permite melhores decisões.
Deste modo, permite a tomada de decisão da época do plantio ou reposição de animais, qual momento de venda, se vou estocar o produto por um período para alcançar melhores valores.
Por isso, fique de olho nos principais sites de cotações, sendo o Cepea uma instituição idônea mundialmente reconhecida por isso.
O fluxo de caixa é a o resultado do balanço dos itens anteriores, ou seja, relação entre as saídas e entradas, quando iremos realizar propriamente a atividade.
Tem como objetivo prever ou verificar ao longo da atividade a necessidade de captação de recursos para saldar compromissos e dívidas assumidas, seja pela venda da produção, seja por meio de financiamento ou outros produtos financeiros disponíveis no mercado. .
Isso permite a tomada de decisões em um período mais amplo, já que identifica as necessidades de capital que poderão ocorrer e e fornece uma maior margem de segurança devido ao planejamento e conhecimento dos custos e receitas.
É utilizado também, para acompanhar os resultados econômicos financeiros no agronegócio e aplicar os recursos financeiros excedentes em operações rentáveis.
Então, a análise de caixa indicará quando a empresa rural precisará de dinheiro e quanto precisará. Você programar a comercialização da produção, evitando atrasos nos pagamentos de fornecedores e funcionários.
Além disso, a captação de dinheiro de bancos ou fintechs (caso não conheça, essas empresas estão facilitando a vida de muitos produtores) também será mais eficiente, pois será fundamentada em planejamento prévio, com possibilidade de negociação e com consequentes menores taxas de juros.
Nós sabemos que o produtor rural tem um grande patrimônio financeiro imobilizado em máquinas, equipamentos, benfeitorias e na própria terra.
Desse modo, a utilização de capital de terceiros pode se tornar uma ótima forma para viabilizar a produção, alavancarem as operações e investimentos de longo prazo.
Entretanto, embora o crédito pode vir a ser uma grande saída para maximizar lucros, ele também, pode ser o vilão.
Quando a busca por financiamentos é feita sem qualquer tipo de planejamento, gestão financeira ou conhecimento dos contratos e deveres pode ser o que faltava para afundar de vez produtores rurais
Por estes e outros motivos, surgiram e vêm ganhando força as Fintechs do Agro, que são empresas que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro.
Essas empresas são especializadas nas operações do agronegócio e possuem agilidade, dedicação ao cliente e facilidades, além de custos operacionais muito menores comparadas às instituições tradicionais do setor financeiros.
As operações de créditos podem acontecer sem que o produtor saia da propriedade e gaste tempo. Possuem diversas linhas de crédito para contemplar qualquer necessidade.
Como já discutimos, o fluxo de caixa é essencial na gestão financeira rural, pois permite a tomada de decisão com antecedência permitindo melhores escolhas.
Não atualizar o fluxo de caixa da propriedade levará a decisões erradas em compras, vendas e alocações de recursos, ocasionando perdas financeiras.
Este é um erro muito comum, principalmente, em pequenas propriedades, onde o dono da terra é produtor e responsável pela administração financeira rural ao mesmo tempo.
Não separar o dinheiro da atividade e definir um pró-labore faz com que todo o lucro da propriedade seja a retirada pelo produtor, não havendo controle do recurso que será reinvestido na próxima safra ou na reposição dos animais.
Quando temos apenas “um caixa” não é possível identificar de onde estão vindo as despesas e, principalmente, qual a lucratividade da sua atividade.
Em propriedades que não possuem uma gestão financeira do agronegócio bem elaborada, a probabilidade de pagar contas com atraso é alta.
Sem um planejamento, controle e administração financeira rural, o produtor não conhece o melhor momento para realizar os pagamentos, com isso tende a pagar as contas em atraso, o que gera juros e multas.
Sendo assim, ocorre um gasto desnecessário de capital, que no longo prazo, uma boa fatia dos lucros da empresa, visto que as margens são apertadas.
Deste modo, uma dica para que não aconteça esses tipos de problemas é a adoção de sistemas de gestão financeira automatizados.
Ter uma boa gestão financeira do agronegócio é cada vez mais necessária na fazenda. Deixar de fazê-la pode significar perdas de produtividade na propriedade, ou seja da sua empresa rural.
Adotar as classes de custo e analisar o CARP da atividade, faz com que você consiga ter capital suficiente para renovar a sua cultura (por exemplo um cafezal) e substituir o seu maquinário e benfeitorias, bem como remunerar pelo investimento sua terra no longo prazo.
Então, aproveite essas informações para melhorar sua gestão, conhecer novas formas de crédito e as empresas que estão facilitando a operação e alcance ótimos resultados!
Restou alguma dúvida? Já sabia de toda essa importância da gestão financeira do agronegócio? Conhecia as Fintechs? Conte para nós!